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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Teimosia: Defeito ou Qualidade?

Quando numa entrevista me perguntam quais os meus defeitos, sei sempre apontar vários. O pior é dizer qualidades. Mas há um defeito em especial, que aliado aos outros todos, chega mesmo a ter consequências desastrosas: Sou teimosa. Excessivamente teimosa. Irritantemente teimosa. Com razão na grande maioria dos casos claro :D

Bom. Digamos que quando eu acho uma coisa, quando penso que algo funciona de forma y e não de forma z, nada me demove daí. Mas não considero que seja estupidamente teimosa, sem razão e sem fundamento. Eu informo-me bem informada antes de insistir irritantemente na minha opinião. Informo-me porque não gosto de não saber algo. De estar errada. E as pessoas ficam irritadas comigo. Chegam mesmo a ter de mim uma opinião muito simples: de que eu não admito que estou errada, que tenho a mania que tenho sempre razão, e que mesmo que todas as teorias apontem contra mim, eu bato o pé e não admito. Isso não é verdade, quando vejo que estou tremendamente errada, admito.

Vamos dar dois exemplos muito simples e demonstrativos.

Há uns tempos que comecei duas discussões. Duas lutas pela razão. A primeira acabou em poucos segundos. A segunda durou uns meses.

A minha primeira luta pela razão começou com a minha maquineta de ferver água (é chaleira que se chama?). A maquineta tem um filtro e eu discuti por alguns segundos com as pessoas que estavam à minha volta, dizendo que a água fria se deveria pôr pelo filtro e os restantes presentes diziam o contrário. Eu insisti, até que uma das pessoas me disse que caso eu pusesse através do filtro, as impurezas da água ficariam na rede e quando deitasse a água na chávena, elas iriam com ela. Depois compreendi que a ideia não era proteger a máquina das impurezas como eu estava a considerar, e sim proteger as pessoas delas, pois caso as impurezas entrassem na máquina, esta destrui-las-ía pela fervura. Senti-me envergonhada e estúpida, mas admiti.

A segunda foi uma longa e dura luta pelo significado de billions e biliões. Toda a gente insistia que era o mesmo, e eu insistia fervorozamente que havia uma diferença de zeros, que não se tratava de uma mera tradução ingles-português e vice-versa. Trabalhos foram traduzidos como se tratasse da mesma palavra, erros foram cometidos, e eu sempre a reclamar (devem-me ter chamado tantos nomes... ahah =P).
Num dia desta semana esbarrei com um artigo do Expresso que confirmava a minha absoluta razão. Um Billion vale menos que um bilião. Um billion equivale a mil milhões e um bilião a um milhão de milhões (cheguei a ter que convencer colegas de que mil milhões não eram a mesma coisa que um milhão de milhões).

É caso para dizer: Ser teimoso até pode ser uma qualidade. Somos odiados, falhamos muitas vezes, mas ao menos vemos o que os outros deixam passar! Mais vale insistir e estar enganado que assumir a primeira coisa que nos passa à frente!

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